quarta-feira, 27 de abril de 2011

Das Coisas que Carrego

   Aos rumores da minha falência, nunca procedida. 

   Estou com versos guardados na bagunça do meu quarto, jogados por todo lado e contidos em um imenso paradoxo sem fim. Como o meu estado emocional.   Estão distantes e gritam dentro do meu ser, perdidos e pedindo pra ir embora, comigo.
   Sumir aos poucos, sem notícias de descasos. Sem avisos, sem anúncios.
   Quisera eu ter ao menos as bagagens já prontas, as passagens já compradas, porém o rumo de desfez. Tento apenas pensar em não pensar em nada e esquecer o resto.
   E os laços que amarravam o cabelo, enlaçam outros olhos e enfeitam outros olhares. Fixam-se no ar, na distância que há entre eu e você.
   Roubam meus pensamentos e algumas noites de sono, mas deixem-me as palavras. Empeço que levem minhas inspirações, nem sempre boas.
   Espera pois o dia clarear, com a pele fria e os lábios sem cor. Por que rodeias tanto o mesmo lugar? Por que não volta a passear no jardim? Mas quando sente a brisa tocando teu rosto, não resiste e se rende a retirar a armadura.
    É por onde eu vou, sem pressa de voltar!

2 comentários:

Suélen Emerick disse...

Flor,em ti só cabe a poesia. Vc respira e transpira versos lindos,essa é você.
Tenho muito orgulho quando leio textos seus... vc sabe o quanto me inspiram e o quanto me identifico com eles. tenho até a sensação de que eles foram feitos pra mim. E não há química mais perfeita do que essa entre leitor e autor.

Índia disse...

Como sempre: Arrasou, menina! Lindo seu poema tão cheio de alma.