quarta-feira, 27 de abril de 2011

Das Coisas que Carrego

   Aos rumores da minha falência, nunca procedida. 

   Estou com versos guardados na bagunça do meu quarto, jogados por todo lado e contidos em um imenso paradoxo sem fim. Como o meu estado emocional.   Estão distantes e gritam dentro do meu ser, perdidos e pedindo pra ir embora, comigo.
   Sumir aos poucos, sem notícias de descasos. Sem avisos, sem anúncios.
   Quisera eu ter ao menos as bagagens já prontas, as passagens já compradas, porém o rumo de desfez. Tento apenas pensar em não pensar em nada e esquecer o resto.
   E os laços que amarravam o cabelo, enlaçam outros olhos e enfeitam outros olhares. Fixam-se no ar, na distância que há entre eu e você.
   Roubam meus pensamentos e algumas noites de sono, mas deixem-me as palavras. Empeço que levem minhas inspirações, nem sempre boas.
   Espera pois o dia clarear, com a pele fria e os lábios sem cor. Por que rodeias tanto o mesmo lugar? Por que não volta a passear no jardim? Mas quando sente a brisa tocando teu rosto, não resiste e se rende a retirar a armadura.
    É por onde eu vou, sem pressa de voltar!

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Morte



A bala que foi contra o peito, disparada encontrou refúgio.
Fez da dor seu alento, do silêncio seu alimento.
Mas cuidou que a morte o levasse, quieto.
Nada do que arrepender-se, ninguém que não queira pensar, mas alguém que não queria esquecer.
O sepulcro tratou de apagar da mente, as histórias que carregava.
E na bagagem nada.
O coração volta a bater, sutilmente, a sete palmos de terra. 

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Há dias que o tudo não me basta, que a voz não se cala, que teu olhar se perde em tantas coisas a minha volta. Onde se sente em paz, me deixo guiar sem tuas mãos junto de mim. Sozinho e quase nunca com vontade de pertencer a alguém. Quem nunca quis ver a morte de perto?