Aos rumores da minha falência, nunca procedida.
Estou com versos guardados na bagunça do meu quarto, jogados por todo lado e contidos em um imenso paradoxo sem fim. Como o meu estado emocional. Estão distantes e gritam dentro do meu ser, perdidos e pedindo pra ir embora, comigo.
Sumir aos poucos, sem notícias de descasos. Sem avisos, sem anúncios.
Quisera eu ter ao menos as bagagens já prontas, as passagens já compradas, porém o rumo de desfez. Tento apenas pensar em não pensar em nada e esquecer o resto.
E os laços que amarravam o cabelo, enlaçam outros olhos e enfeitam outros olhares. Fixam-se no ar, na distância que há entre eu e você.
Roubam meus pensamentos e algumas noites de sono, mas deixem-me as palavras. Empeço que levem minhas inspirações, nem sempre boas.
Espera pois o dia clarear, com a pele fria e os lábios sem cor. Por que rodeias tanto o mesmo lugar? Por que não volta a passear no jardim? Mas quando sente a brisa tocando teu rosto, não resiste e se rende a retirar a armadura.
É por onde eu vou, sem pressa de voltar!